sexta-feira, 27 de maio de 2022

A verdade

A verdade não pode ser provada por ninguém a outrem, mas apenas  compartilhada e arrazoada.

O que a recebe precisa abraça-la e estudá-la com real intenção e desejo de, ao adquiri-la, aceitá-lá na sua totalidade e pureza, pois todos sabemos no íntimo de nossa alma, que ela implica no compromisso da mudanças em diversos níveis, graus e esferas.

Caso contrário, mesmo que ela se transformasse no maior caminhão do mundo e nos atropelasse, impactando todo o nosso ser, a negaríamos e com toda a nossa força possível, testificaríamos o contrário.

Assim como a luz e calor do Sol, mais cedo, ou mais tarde, a verdade penetrará e modificará todas as coisas inteiramente e intensamente, mesmo à nossa revelia, pois ambas tem o mesmo poder de exatidão e rigor no volume, nas alturas e profundidades de tudo e de todos.

Esse é o motivo dela ser profundamente amada ou odiada, não havendo lugar para o meio-termo.

Aos que se irritam e a repelem ao obtê-la sinto dizer que a qualquer momento de sua existência ela vencerá, será plenamente provada, invadirá todos os lugares e seres e será tão brilhante quanto o Sol.

Quanto mais cedo a buscarmos com real intenção e aceitação, melhor será.

Ela será para a nossa existencia o ápice de nossa nobreza, alegria, paz e mais amplo progresso e proteção.

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim." João 14:6

Claudia Bauer Martire  - 27/maio/2022

domingo, 8 de maio de 2022

Dia da mãe guerreira!


Ela levantou de madrugada, no frio intenso, para verificar se todos estavam seguros e quentinhos.

Passou noites em claro para aquele que estava doente e não poupou esforços até que ficasse curado.

Lavou muitas roupas sujas na mão, mesmo no frio cortante, inclusive roupas de cama (lembre-se dos cobertores sujos), pois não tínhamos dinheiro para uma máquina de lavar.

Fez o mesmo nas fraldas e coeiros, pois era caro demais para comprar fraldas descartáveis.

Limpou e encerou a casa de madrugada, pois era a única hora em que todos dormiam.

Lavou as roupas do papai na mão, no chuveiro, pois ele só tinha aquela para trabalhar no dia seguinte, então a secou na toalha e no ferro de passar.

Cozinhou com a exaustão de quem não dormiu, mas jamais reclamou.

Ganhou dinheiro com crochê, costurando para fora, aprendeu como fazer sapatos, bolos e pães para ajudar nas despesas de casa.

Chorou escondido quando seus filhos pediram coisas no supermercado e não tinha dinheiro para comprar.

Deixou de comer muitas vezes em segredo para que tivéssemos a melhor refeição possível.

Comeu conosco pão amanhecido com óleo de soja e sal à noite e ainda fez graça disso e rimos juntos.

Assistiu por meses uma televisão tão estragada que a casa toda precisava ficar no breu para poder ver um pouquinho das imagens em preto e branco. Jamais reclamou.

Fez uma festa sem igual na primeira televisão colorida que tivemos em casa e fez questão que assistíssemos desenhos animados. Um mundo de cores pela primeira vez na própria vida.

Nos deixou passear com outros enquanto ficou sozinha na rotina da casa mais uma vez.

Orou da melhor maneira possível, com o que sabia e nos ensinou a orar desde pequenos.

Se converteu na Igreja de Jesus Cristo e jamais a abandonou, mesmo nos piores momentos de sua vida.

Serviu voluntariamente por anos a fio em seus chamados na Igreja com todas as suas forças e ainda o faz.

Deu aulas (também na Igreja) com uma imensa insegurança, mas ainda assim, fez o seu melhor e o Senhor a abençoou com milagres na vida de seus alunos.

Ama cantar em coral e faz com capricho. Adora a companhia de suas amigas cantoras.

Sabe ser grata com cada pessoa que a faz feliz ou a trata com carinho.

Sempre foi sábia nos conselhos dados aos filhos em todas as épocas da vida. Mesmo adultos, ainda se preocupa, ora, ajuda e aconselha.

Dormia tarde, mas levantava super cedo para que ninguém perdesse a hora da escola ou do trabalho.

Orou em lágrimas de joelhos por cada um de nós em nossos desafios, e ainda ora.

Jamais deixou um de nós sem um bolo de aniversário, mesmo que simples por falta de recursos.

Faz o mesmo pelos netos e se preocupa se os que estão distantes também tem a comemoração de amor.

Nunca passa um momento especial sem tirar fotos de todos. Que bom que ela sempre fez isso!!

Fez o chão macio para que os netos (e eu junto) pudessem deitar enquanto assistiam um desenho animado até dormir.

Aconchegou os pequenos nos braços, deu banho, trocou fraldas, deu de comer como uma avó de amor o faria, e eles sabem disso.

Ama a visita dos seus, mesmo que inesperada e sempre encontra uma maneira de ter algo gostoso para comer.

Mesmo com dor, jamais deixou faltar nada para nenhum de nós e ama ainda mais a cozinha quando amamos o que ela faz.

As plantinhas amam os seus cuidados. Ela tem o “dedo verde”.

Deu dinheiro para muitos de nós em diversas dificuldades que tivemos, mesmo que faltasse para ela, e jamais reclamou (e nunca contou para ninguém) e ainda ficou feliz que os seus estavam com os problemas imediatos resolvidos.

Visitou as filhas com bebês novos, cheia de dores e fez tudo por elas e ainda amou cada minuto.

Ainda sofre e chora com as dores e lágrimas dos seus... e ora ainda mais intensamente.

Seu melhor olhar é o da caridade e misericórdia pelo sofrer alheio, mesmo quando ela mesma está sofrendo.

Não desiste nunca de ser bondosa com outros que não são os seus, mesmo quando esses a traem e a inundam de ingratidão.

Confia em Deus de uma maneira inspiradora, corajosa, demonstrando uma fé que não se explica.

Venceu ou escondeu seus traumas para que os seus não sofressem com seus próprios sofrimentos.

Já dormiu na rua e passou fome e não permite que os seus cheguem perto de algo assim, nem no mais longínquo pensamento.

Hoje mora em uma casa sem estuque, gelada, com buracos no chão e ainda agradece imensamente pelo que tem. Não reclama nunca.

Apesar da casa no estado em que está, ainda me diz para não apressar o reparo, para fazer dentro de minhas faculdades mentais e força física normal de um ser humano doente.

Tem uma paciência infinita com a doença que carrego e paga um preço alto por isso.

Nos ensinou a respeitar os mais velhos, os que tem mais conhecimento.

Jamais permitiu que pegássemos uma agulha que não tenha sido comprada com o dinheiro do trabalho honesto.

Ensinou a cada minuto o que precisávamos para sermos pessoas de bem e o resultado vemos hoje em nossas vidas adultas e nos netos.

Enfrentou nossas birras em lugares públicos com destreza, firmeza e grandes lições.

Nos deu liberdade de falarmos a verdade sobre nossas vidas e confiou em nós, mesmo quando tudo era sombrio.

Por tudo isso, e muito mais que não consigo mencionar agora, você é uma pessoa que se destaca pelos seus muitos atos de extraordinária coragem, valentia, força de caráter e todas as qualidades de um ser notável, mesmo em meio à guerra da vida - e tudo isso que escrevi são as qualidades de uma heroína.

Por essas e outras que a gratidão invade meu peito agora e sei que meus irmãos compartilham desse sentimento comigo.

Te amo mãe.

Obrigada por ser sempre assim!

 

Claudia Bauer Martire - 8 de maio de 2022