quinta-feira, 15 de novembro de 2018

SUA GRAÇA É SUFICIENTE POR BRADLEY RAY WILCOX

SUA GRAÇA É SUFICIENTE
POR BRADLEY RAY WILCOX



Este devocional da BYU (Brigham Young University), por Brad Wilcox (Bradley Ray Wilcox), foi dado em doze de julho de 2011.

Bom dia e bem vindos à esse devocional onde o irmão Brad Wilcox, Professor Universitário do Departamento de Educação de Mestres, será nosso orador. Estendemos nossas boas vindas especiais à sua esposa Debi, que se senta ao púlpito, assim como sua família e amigos que se unem a nós hoje.

O Professor Wilcox ensina cursos no Departamento de Educação de Mestres. Ele também gosta de ensinar a classe de Preparação Missionária do campus. Quando ele não está ensinando, o Professor Wilcox gosta de viajar, escrever e trabalhar em programas de educação continuada como o EFY (Especially For Youth) e a semana da educação no campus.

Irmão Wilcox serviu como presidente de missão no Chile Santiago Leste entre 2003 a 2006 e atualmente serve como membro do Comitê Geral da Escola Dominical. Ele é o autor do livro “The Continuous Atonement” (O Sacrifício Expiatório Ininterrupto).

Ele e sua espoosa Debbie são pais de quatro filhos e têm três netos. Agora temos a oportunidade de ouvir o irmão Brad Wilcox.

Obrigado irmã Sherman por essa apresentação. É uma honra ter sido convidado para falar para vocês hoje.

Alguns anos atrás eu fui convidado para falar para Conferência das Mulheres.
Quando eu falei para minha esposa ela perguntou sobre o que eles pediram para que você falasse.
Eu estava tão animado que eu misturei as minhas palavras e disse:
"_ Eles querem que eu fale sobre transformar a força em fraqueza."
Ela pensou sobre isso por um momento, olhou para mim e disse:
"_ Eles escolheram o homem certo para a tarefa."
E ela está certa sobre isso. Eu poderia dar um discurso imenso a respeito do assunto.

Mas hoje eu acho melhor voltar para o assunto original e falar sobre mudar as nossas fraquezas em força e como a graça de Jesus Cristo é o suficiente.
Suficiente para nos cobrir (proteger), suficiente para nos transformar, suficiente para nos ajudar durante o tempo necessário para essa transformação acontecer.

A Graça de Jesus Cristo é suficiente para nos proteger (cobrir).
Certa vez, uma aluna da BYU veio até mim e me perguntou se poderíamos conversar. Eu disse:
“_ Claro, como eu posso te ajudar?”
“_ Eu simplesmente não entendo sobre a Graça.”
Eu respondi:
“_ Sobre o quê exatamente você não entende?”
E ela disse:
“_ Bem, eu sei que preciso fazer o meu melhor e então Jesus faz o resto, mas eu não consigo nem ao menos fazer o meu melhor!”
Então ela continuou me dizendo as coisas que ela deveria estar fazendo porque “ela é uma mórmon”, mas ela não as estava fazendo. Ela continuou:
“_ Eu sei que tenho que fazer minha parte e Jesus completará o que falta cobrindo a parte entre minha parte e a perfeição, mas quem preenche a parte entre o que eu sou agora e a minha parte?”
Então ela continuou contanto todas as coisas que ela não deveria estar fazendo porque “ela é uma mórmon” mas ela estava fazendo.
Finalmente eu disse:
“_ Jesus não completa a diferença. Jesus faz toda a diferença. A Graça não trata de preencher os vazios. Se trata de nos preencher.”
Vendo que ela ainda estava confusa, peguei um pedaço de papel e desenhei dois pontos. Um no topo representando Deus, e o outro no final, nos representando. Então eu disse:
“_ Vá em frente. Desenhe uma linha. Quanto é nossa parte? Quanto é a parte de Cristo?”
Ela foi direto para o centro da página e começou a desenhar uma linha. Então considerando o que havíamos conversado, ela foi claramente para o final do papel e exatamente acima do ponto abaixo ela desenhou uma linha.
E eu disse:
“_ Errado!”
E ela respondeu:
“_ Eu sabia que era mais para cima! Eu sabia! Por quê eu não desenhei, porque eu sabia!”
E eu disse:
“_ Não! A verdade é que não existe linha nenhuma! Jesus preencheu o espaço todo. Ele pagou totalmente nossa dívida. Ele não pagou tudo exceto por alguma moedas. Ele pagou tudo! Está liquidada!
Ela disse:
“_ Ah, certo! Como se eu não tivesse que fazer nada?”
Eu disse:
“_ Ah, não, você tem muito para fazer, mas não é para completar a diferença! Nós todos iremos ressuscitar! Nós todos iremos voltar para a presença de Deus. O que nos resta ser determinado, de acordo com nossa obediência é, com que tipo de corpo nós planejamos ressuscitar e quão confortáveis planejamos estar na presença de Deus e quanto tempo nós pretendemos ficar lá.
Cristo pede para demonstrarmos fé Nele, nos arrependermos, fazer e cumprir convênios, receber o Espírito Santo e perseverar até o fim. Aceitando isso não estamos pagando as demandas da justiça, nem mesmo a menor parte. Ao invés disso, estamos mostrando apreciação (gratidão) pelo que Jesus Cristo fez ao usar isto para viver uma vida como a Dele.
A justiça requer perfeição imediata ou punição quando não a alcançamos. Porque Jesus sofreu essa punição Ele pode nos oferecer a chance da perfeição final e Ele pode nos ajudar a alcançar essa meta. Ele pode perdoar o que a justiça nunca poderia e Ele pode se voltar para nós com um novo acordo, Ele pode ter Seu próprio conjunto de exigências.”
“_ Então qual é a diferença?” - a garota perguntou - “Ainda que as exigências sejam feitas pela justiça ou que as exigências sejam feitas por Jesus, ainda existem exigências!”
“_ Verdade!” - eu disse - “mas são exigências por um propósito diferente. Cumprir as exigências de Cristo e mais como pagar uma hipoteca ao invés pagar um aluguel, ou como fazer depósitos em uma conta poupança ao invés de pagar débitos. Você ainda tem que pagar mensalmente, mas é por uma razão totalmente diferente!”

A Graça de Jesus Cristo é suficiente para nos transformar.
O acordo de Cristo conosco é semelhante a uma mãe que, proporcionando aulas de piano para seu filho, ela paga para a professor de piano. Quantos de vocês aqui sabem do que estou falando? Sim, vejam todas essas mãos!
Pelo fato da mãe pagar a dívida completa, ela pode se voltar para o seu filho e pedir algo. O que é? Todos do grande Boise!
(Os jovens da platéia.) “_ Praticar!”
Ahh, vocês conhecem a resposta!
Praticar! Praticar!
Agora, a prática do filho paga ao professor de piano?
NÃO!
A prática do aluno reembolsa a mãe por ter pago o professor de piano?
NÃO!
Praticar é como o filho mostra apreço (gratidão) pelo maravilhoso presente da mãe. É como ele aproveita a maravilhosa oportunidade que a mãe lhe deu de viver uma vida mais elevada. A alegria da mãe não reside em ser reembolsada, mas em ver seu presente sendo usado, ao ver seu filho melhorando. E assim ela continua a pedir a prática, prática, prática!
Se o filho enxergar a exigência da mãe como uma ‘encheção’...
“_ Nossa mãe, por que eu preciso praticar? Nenhuma das outras crianças precisam praticar! Eu vou ser um jogador profissional de baseball de qualquer jeito!”
Talvez seja porque aquela criança ainda não veja as coisas com os olhos da mãe. Ele não vê como a vida pode ficar muito melhor se ele escolher viver em um plano superior ou mais elevado.
Agora da mesma maneira, porque Jesus pagou a justiça, Ele pode se voltar para nós e dizer:
“Siga-me! Guarde Meus mandamentos!”
Se virmos suas exigências como sendo ‘demais o que foi pedido’...
“_ Nossa! Nenhum outro cristão tem que pagar o dízimo!”
“_ Nossa! Nenhum outro cristão tem que sair em missão, fazer o trabalho no Templo, servir em chamados...”
Talvez porque nós não enxerguemos ainda com os olhos de Cristo, talvez por ainda não compreendermos o que Ele está tentando fazer de nós!
Elder Bruce C. Hafen escreveu:
“O Grande Mediador pede pelo nosso arrependimento, NÃO porque precisamos reembolsá-Lo por ter pago nosso débito com a justiça, mas porque o arrependimento inicia um processo de desenvolvimento que, com a ajuda do Salvador, nos conduz pelo caminho rumo a um caráter santo.”
Elder Dallin H. Oaks disse:
“O pecador arrependido deve sofrer por seus pecados, mas esse sofrimento tem um propósito diferente de punição ou pagamento. Seu propósito é mudar.”
Agora vamos colocar nos termos de nossa analogia:
O filho deve praticar piano, mas sua prática tem um propósito diferente de punição ou pagamento. Seu propósito é mudar!
Eu tenho amigos de infância cristãos que me dizem :
“_ Vocês mórmons, estão tentando ganhar seu caminho para o céu.”
Eu digo:
“_ Não, não estamos ganhando o céu, estamos aprendendo como viver no céu! Estamos nos preparando para isso. Estamos praticando para isso.”
Eles me perguntam:
“_ Você foi salvo pela graça?”
E eu respondo:
“_ Sim! Absolutamente! Totalmente! Completamente! Afortunadamente! Sim!”
Então eu lhes faço uma pergunta que, talvez, não tenham considerado plenamente:
“_ Você foi modificado pela graça?”
Eles estão tão empolgados em serem salvos que talvez não tenham ponderado o suficiente sobre o que vem a seguir. Estão tão felizes pelo fato de a dívida ter sido paga que talvez não tenham considerado ‘o porquê’ da dívida existir, em primeiro lugar!
Os Santos dos Últimos Dias sabem não somente de onde Jesus Cristo os salvou, mas também por qual motivo Ele os salvou!
Como meu amigo Brett Sanders disse:
“Uma vida impactada pela graça termina, finalmente, se tornando com a vida de Cristo.”
Como meu amigo Omar Canals disse:
“Enquanto muitos cristãos veem o sofrimento de Cristo somente como um enorme favor que Ele fez por nós, os Santos dos Ùltimos Dias também reconhecem isso como um enorme investimento que Ele fez em nós!”
Como Morôni diz no capítulo 7, versículo 48:
[Portanto, meus amados irmãos, rogai ao Pai, com toda a energia de vosso coração, que sejais cheios desse amor que ele concedeu a todos os que são verdadeiros seguidores de seu Filho, Jesus Cristo; que vos torneis os filhos de Deus; que quando ele aparecer, sejamos como ele, porque o veremos como ele é; que tenhamos esta esperança; que sejamos purificados, como ele é puro. Amém.]
A graça não é somente sobre ser salvo. É também sobre se tornar como o Salvador.
O milagre da Expiação não é somente sobre vivermos depois de morrermos, mas que poderemos viver mais abundantemente. O milagre da Expiação não é somente que podemos ser limpos e consolados, mas que podemos ser transformados.
As escrituras deixam claro que nada impuro pode habitar com Deus, mas, irmãos e irmãs, inclusive nada que não tenha sido transformado o desejará (viver com Deus)!
["E ele não habita em templos impuros; nem pode a imundície ou qualquer coisa impura ser recebida no reino de Deus; digo-vos, portanto, que tempo virá, sim, e será no último dia, em que aquele que é imundo permanecerá na sua imundície." Alma 7:21]
["Portanto, se haveis procurado fazer o mal nos dias de vossa provação, sereis declarados impuros diante do tribunal de Deus; e nada que é impuro pode habitar com Deus; sereis, portanto, afastados para sempre." 1 Néfi 10:21]
["E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro." Apocalipse 21:27]

Eu conheço um jovem que acabou de sair da prisão. De novo! Cada vez que duas estradas divergem no bosque amarelo, ele escolhe o caminho errado. Toda vez! Quando ele era um adolescente lidando com toda espécie de costume nocivo que um adolescente poderia ter, eu disse ao seu pai:
“_ Precisamos levá-lo ao EFY. Tenho trabalhado com esse programa desde 1985 e conheço o bem o que ele pode fazer. Temos que colocá-lo no EFY.”
Seu pai dissee:
“_ Não posso pagar por isso!”
Eu disse:
“_ Eu também não, mas você paga um pouco e eu pago outro pouco e então vamos pedir para minha mãe, porque ela é uma ‘manteiga derretida’.”
Finalmente o levamos para o EFY, mas por quanto tempo você acha que ele durou lá? Nem mesmo um dia sequer! Mas no final do primeiro dia, ele ligou para a mãe dele e disse:
“_ Me tira daqui!“
O céu, não será céu para aqueles que não escolherem ser um ser celestial!
No passado eu sempre imaginava em minha mente como seria o julgamento final e era algo mais ou menos assim:
Jesus de pé com sua prancheta. Brad do outro lado da sala de pé e nervoso, olhando para Jesus. Jesus checa sua prancheta e diz:
“_ Oh, nossa! Brad, você reprovou por dois pontos!”
Então Brad suplica para Jesus:
“_ Por favor, olhe para as questões mais uma vez! Tem que ter um jeito de você encontrar mais dois pontos aí nas questões!”
Essa era a maneira que eu sempre imaginava!
Mas conforme fiquei mais velho, e quanto melhor a minha compreensão do maravilhoso Plano de Redenção, mais eu percebia que no julgamento final não será o pecador impenitente que suplicará a Jesus:
“_ Deixe-me ficar! Deixe-me ficar!”
Não, pois provavelmente ele dirá:
“_ Tire-me daqui!”
Conhecendo o caráter de Cristo, eu acredito que se alguém suplicará nesta ocasião, provavelmente será Jesus, implorando ao pecador:
“_ Por favor, escolha ficar! Por favor, use minha Expiação, não apenas para ser limpo, mas para ser transformado, para que você queira ficar!”
O milagre da Expiação não é somente para que possamos retornar ao nosso lar, mas para que, milagrosamente, nos sintamos em casa lá!
Se Cristo não exigisse fé e arrependimento, então não haveria o desejo de mudança.
Pense em seus amigos e familiares que escolheram viver sem fé e sem arrependimento. Eles não querem mudar! Eles não estão tentando abandonar o pecado para viver confortavelmente ao lado de Deus. Pelo contrário, eles estão abandonando Deus para viverem confortavelmente no pecado!
Se Jesus não exigisse convênios e não concedesse o dom do Espírito Santo, não haveria jeito de mudar.
Seríamos deixado para sempre apenas com o desejo de ter o poder de Deus, mas sem acesso ao poder de Deus.
Se Jesus não exigisse perseverança até o fim, não haveria internalização destas mudanças com o passar do tempo. Elas seriam eternamente superficiais e falsas (maquiadas) ao invés de estarem arraigadas fazendo parte de nós, de quem nós somos.
De forma mais simples, se Jesus não exigisse ‘a prática’, então nunca nos tornaríamos ‘pianistas’!

A Graça de Jesus Cristo é suficiente para nos ajudar nesse processo.
“_ Irmão Wilcox, você não percebe o quão difícil é praticar?”
Eu não sou tão bom ‘ao piano’. ‘Toco muitas notas erradas’. Leva uma eternidade para eu acertar!
Mas espere um pouco. Tudo isso não é parte do processo de aprendizado? Quando um pianista jovem toca uma nota errada não dizemos que ele é indigno de continuar praticando. Não dizemos isso. Não esperamos que ele seja perfeito. Esperamos que ele continue tentando. A perfeição pode ser sua meta final, mas por enquanto, podemos nos contentar com o progresso na direção certa.
Por que essa perspectiva é tão fácil de ser visualizada no contexto do aprendizado do piano, mas tão difícil de ver no contexto da aprendizagem celestial?
Muitos desistem da Igreja porque estão cansados de se sentirem constantemente abaixo do padrão. Eles tentaram no passado, mas sempre sentiram que eram bons o suficiente.
Eles não entenderam sobre a Graça.
Há moças que sabem que são filhas de um Pai Celestial, que as ama e que elas O amam. Então elas passam para uma série mais avançada na escola, e os valores que elas memorizaram são postos à prova. Elas escorregam. Deixam as coisas irem muito longe e, de repente, pensam que está tudo acabado. Essas jovens não entenderam sobre a Graça.
Há rapazes que cresceram cantando sua vida toda ‘Eu quero ser um missionário’ e quando finalmente crescem meio metro, ou um metro, desistem completamente. Desistem!
Recebem a Águia (uma medalha de honra), terminam o ensino médio e vão para a faculdade e de repente eles descobre como é fácil não ser digno de confiança, leal, prestativo, amigável, cortês, gentil, obediente, alegre, sereno, corajoso, limpo ou reverente. Eles pisam na bola. Então dizem:
“_ Eu nunca mais farei isso!”
Então eles fazem! E dizem novamente!
“_ Eu nunca mais farei isso!”
Mas fazem de novo! E agora dizem:
“_ Isso é estupidez! Eu nunca mais vou fazer isso de novo!”
Mas eles fazem!
A culpa é quase insuportável!
Eles não se atrevem a conversar com seu bispo. Ao invés disso eles escondem o que aconteceu e dizem:
“_ Esse negócio de ser Mórmon não é para mim! Eu tentei! As expectativas são muito altas!”
Então eles desistem.
Esses rapazes não entendem sobre a Graça!
Conheço missionários retornados que voltam para casa e caem nos velhos costumes que achavam que tinham acabado! Eles quebram promessas que haviam feito diante de Deus, anjos e testemunhas, e se convencem de que agora não há mais esperança para eles.
Eles dizem:
“_ Bem, eu estraguei tudo! Nem tem o ‘porque’ continuar tentando!”
Sério?
Esses jovens passaram a missão inteira ensinando pessoas sobre a Expiação de Jesus Cristo, e agora eles pensam que não tem esperança para eles?
Esses missionários não entendem sobra a Graça!
Conheço jovens casais que descobrem que após a cerimônia do selamento, o casamento necessita de ajustes. As pressões da vida aumentam, e as pressões começam a cobrar seu preço financeiro, espiritual e até mesmo sexual! Erros são cometidos. Paredes levantadas. E muito em breve esses maridos e esposas estão falando com seus advogados de divórcio ao invés de estarem conversando uns com os outros.
Esses casais não compreendem a Graça!
Em todos esses casos nunca deveria haver somente duas opções: Perfeição ou Desistência!
Quando aprendemos a tocar piano, as duas únicas opções são tocar no Carnegie Hall ou desistir?
Não!
Crescimento e desenvolvimento requerem tempo! O aprendizado requer tempo!
Quando nós entendemos sobre a Graça, entendemos que Deus é longânimo, que a mudança é um processo e que o arrependimento é um padrão em nossas vidas!
Quando entendemos sobre a Graça, entendemos que as bênçãos da Expiação de Jesus Cristo são contínuas e que Sua força é perfeita em nossas fraquezas.
Quando entendemos sobre a Graça, nós podemos, como diz em Doutrina e Convênios, “continuar pacientemente até que sejais aperfeiçoados”.
["Não podeis suportar a presença de Deus agora nem o ministério de anjos; portanto, continuai pacientemente até que sejais aperfeiçoados." Doutrina e Convênios 67:13]
Um rapaz me escreveu o seguinte e-mail:
“Sei que Deus tem todo o poder e sei que Ele irá me ajudar se eu for digno, mas eu nunca estou digno o suficiente para pedir sua ajuda. Eu quero a Graça de Cristo, mas sempre me encontro preso na mesma deprimente e impossível posição: Sem trabalho, sem a Graça.”
Eu o escrevi de volta e testifiquei com todo o meu coração que Cristo não está nos esperando na linha de chegada, uma vez que tenhamos feito ‘tudo o que poderíamos ter feito’!
Ele está conosco a cada passo do caminho!
O Elder Bruce C. Hafen escreveu:
“O presente da Graça do Salvador não está necessariamente limitado no tempo de ‘depois’ de tudo o que pudermos fazer. Podemos receber Sua Graça antes, durante e depois do tempo em que fazemos nossos próprios esforços.”
Então a Graça não é um motor turbinado que se aciona quando nosso suprimento de combustível acaba. Ao invés disso, é nossa constante fonte de energia.
Não é a luz no fim do túnel, mas a luz que nos conduz através do túnel.
A Graça não é conseguida em algum lugar no fim da estrada. É recebida bem aqui e agora mesmo!
Não é um toque dado para o acabamento, mas é o toque do Mestre.
Em doze dias iremos celebrar o Dia dos Pioneiros. A primeira companhia de Santos entrou no Vale do Lago Salgado em 24 de julho de 1847. Sua jornada foi difícil e desafiadora e ainda assim eles cantavam: (*)
“Venha, venha vós santos, não tema ao trabalho ou à labuta, mas vá pelo seu caminho; apesar de parecer difícil essa jornada para você, a Graça estará contigo a medida que o seu dia transcorra... ”
(* Tradução o mais perto possível das palavras originais do inglês, buscando o sentido do autor do discurso.)
Que frase interessante! Todos nós cantamos este hino milhares de vezes, mas quantas vezes paramos para considerar o que significa?
“...a Graça estará contigo a medida que o seu dia passa...”
A Graça será brilhante com o passar dia. Por mais escura que seja a noite, sempre podemos contar com o nascer do Sol. Por mais negro que nossos desafios, pecados e erros possam parecer, sempre podemos ter confiança na Graça de Jesus Cristo!
Nós fazemos algo para merecermos o nascer do Sol?
Não!
Precisamos ser dignos para termos uma chance de começarmos novamente?
Não!
Só temos que aceitar estas bênçãos e aproveitá-las!
Tão certo como cada novo dia ‘em folha’, a Graça, o poder habilitador de Jesus Cristo, é constante!
Os fiéis pioneiros sabiam que eles não estavam sozinhos! A tarefa adiante deles nunca foi tão grande quanto o poder que estava por trás deles!
Concluindo, reitero que a Graça de Cristo é suficiente!
Suficiente para cobrir nossas dívidas, suficiente para nos transformar e suficiente para nos ajudar durante o tempo necessário em que esse processo de transformação leva.
O Livro de Mórmon nos ensina a confiar somente nos ‘méritos e misericórdia e na Graça do Santo Messias’.
["Portanto, quão importante é tornar estas coisas conhecidas dos habitantes da Terra, para que saibam que nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias, que dá a sua vida, segundo a carne, e toma-a novamente pelo poder do Espírito, para poder efetuar a ressurreição dos mortos, sendo ele o primeiro a ressuscitar." 2 Néfi 2:8]
Assim fazendo, nós não descobrimos, como alguns cristão acreditam, que Cristo não requer nada de nós.
Pelo contrário, descobrimos a razão pelo qual Ele requer tanto!
E descobrimos a força necessária para fazer tudo o que Ele nos pede!
A Graça não é a ausência de expectativas elevadas da parte de Deus.
A Graça é a presença do poder de Deus!
O Elder Neal A. Maxwell, certa vez, disse o seguinte:
“Deixe-me falar àqueles afligidos por falsa insegurança, àqueles que, embora trabalhando devotadamente no Reino, possuem sentimentos recorrentes de deixar a desejar. Esse sentimento de inadequação é normal. Não há uma maneira de, honestamente, a Igreja descrever onde nós devemos ainda chegar e o que devemos ainda fazer sem criar um imenso sentimento de imensa distância. Este é o evangelho de expectativas grandiosas (magníficas), mas a Graça de Deus é suficiente para cada um de nós.”
Juntamente com o Elder Maxwell testifico que a Graça de Deus é suficiente!
A Graça de Jesus é suficiente! É o bastante! É tudo o que precisamos!
Oh, jovens, não desistam em definitivo!
Continuem tentando!
Não procurem por desculpas e subterfúgios.
Procurem pelo Senhor e Sua perfeita força!
Não procurem alguém em quem colocar a culpa, mas procurem alguém para ajudá-los! Busquem a Cristo, e, ao fazerem isso eu prometo que vocês irão sentir o poder habilitador a que chamamos “Sua Graça maravilhosa”.
Eu deixo o meu testemunho e todo o meu amor, porque eu realmente os amo, tendo Deus como minha testemunha, eu amo a juventude dessa Igreja. Eu acredito em vocês. Eu estou torcendo por vocês e eu não sou o único: seus pais estão torcendo por vocês, líderes estão torcendo por vocês, profetas estão torcendo por vocês e Jesus está torcendo com vocês. E eu digo isso em nome de Jesus Cristo, amém.

Este devocional da BYU, dado por Brad Wilcox, foi dado em 12 de julho de 2011.

{https://catalog.byu.edu/religious-education/ancient-scripture/bradley-ray-wilcox}
{https://rsc.byu.edu/authors/wilcox-brad}