segunda-feira, 14 de maio de 2018

Dia da Mãe Guerreira!

São Paulo, 13 de maio de 2018.
Hoje é dia de homenagear quem um dia acordou bem mais cedo que todos os outros, preparou o desjejum matinal e bateu a mão na madeira do beliche para acordar quem tinha que ir para a escola; quem passava o dia arrumando a casa, lavando a louça, preparando o almoço ou a janta; quem se preocupava em fazer o lanche para levar para a escola e ficava triste com a simplicidade do lanche que seus filhos mais gostavam, pois era o que tinha mais sacrifício e amor de todos (pão com ovo e cebola e leite com chocolate); quem vivia lavando a roupa na mão quando não tinha máquina de lavar roupas, mesmo no frio cortante lavando no tanque até mesmo as roupas de cama; quem levava os quatro filhos para o supermercado para fazer compras, e de coração partido, precisou dizer muitas vezes que não tinha dinheiro para comprar o supérfluo, o iogurte, a bolacha... só quem ama um pequeno sabe a dor de uma mãe nessas horas; quem ensinou com a dificuldade que não era para pegar o que não era nosso, mas passar sem e aprender a dignidade de ser honesto e trabalhador. Sim, aprendemos, todos os quatro! Dia de quem tinha que ir para a reunião de pais e mestres para ficar feliz ou decepcionada com o que ouvia dos professores. Saia de lá rindo ou chorando sem saber o que fazer para ajudar seus filhos. Hoje é dia de quem sofreu calada a dor de um filho com problemas, chorou escondido pelo sofrer de um deles, dobrou os joelhos todos os dias perante Deus pedindo ajuda pelos seus amados filhinhos, ou para agradecer imensamente pelo milagre que viu em suas vidas; dia de quem deixou de comer algo gostoso para que seus filhos comessem, dormiu com fome muitas vezes para que seus filhos tivessem o que comer; dia de quem inventou algo do nada para que todos pudessem ter algo diferente no almoço ou na janta; comprou arroz fiado na esquina para que pudesse ter o que cozinhar, comprou ovos quebrados, pois ovos inteiros eram muito caros, juntava moedas para poder comprar pão e leite, dormia tarde para deixar a sala encerada, assim todos nós poderíamos sujar no dia seguinte, de quem passava a roupa no calor ou no frio para que tivéssemos roupas bem apresentadas para onde quer que fôssemos; de quem tinha uma mira fabulosa com o chinelo (que até hoje nos faz rir com seu “chinelo teleguiado”) que fazia curva e nos acertava sempre; que nos deixava brincar e confiava que voltaríamos para casa; que nos ensinou a amarrar o sapato, tomar banho, arrumar a cama, a comer sem se sujar, a ter bons modos à mesa, a estudar mais e melhor a cada dia, que nos cobrava o falar português corretamente, que nos ensinou a sermos pessoa honestas, justas, bons amigos, tementes à Deus, a orar com sinceridade, que sempre respondia a todas as nossas perguntas, pois ela tinha ‘obrigação’ de saber tudo, pois ela sabia tudo sobre todos os assuntos; que nos levou até a Igreja de Cristo com a esperança de que isso respondesse a todas as nossas perguntas e a ajudasse a cuidar de nós ainda mais e melhor, que brigou conosco quando fizemos coisas erradas e nos elogiou quando fizemos o certo!
Enfim, um ser que trabalhou mais horas do que alguém que bate o cartão na empresa, que não ganhou um centavo por isso e que até hoje colhe ‘juros e dividendos’ ao ver seu trabalho com tanto sacrifício, ser recompensado nos quatro filhos honestos, trabalhadores, que cuidam e amam de seus filhos e sobrinhos, que são hoje o seu orgulho... orgulho de ter feito tudo e tanto por todos!
Obrigada mãe, por cada segundo de seu sacrifício, de seu amor, de sua doação, de sua oração, de suas lágrimas, de sua insônia, de sua imensa compreensão com as infinitas diferenças entre suas crias, de seu jejum forçado, de seus joelhos calejados pelas inúmeras orações por cada um de nós durante toda nossa vida...
Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada...
Te amo!
 — sentindo-se grata.